segunda-feira, 13 de maio de 2013

E SE TUDO MUDAR, OUTRAVEZ?

Também já deves ter tido aquele momentos em que te apetece  dar um pontapé na vida e causar um terramoto maior do que todo o futuro que se parece apresentar. É mortífera aquela sensação de querer perceber se amanhã vai ou não ser melhor do que hoje. E sabes perfeitamente que nem sempre funciona o "conta até 10 e respira fundo." Bah! Apetece logo no 2 partir a loiça toda! Ou então contar tão depressa que rapidamente poderás terminar e atirar com a loiça...

É que dar um berro também faz falta, bolas! Aquela frescura de manter o salto alto, sempre, não dá! De certa forma é saber que se tem o direito de tomar posse da nossa própria vida. Viver em função dos outros limites. Viver pendente, tem outros tantos.

Aplica-se a tudo! Verdade?! Até à família. Encontrar o caminho certo é ligeiramente mais complicado. E por vezes a única solução é quebrar laços, que provavelmente já nem eram laços, mas que mantinham a pretensão de o ser, em benefício das alegadas aparências.

Mais importante ainda é não permitir que te deitem ao chão. Se se puserem em cima de ti, vês-te numa séria aflição para te conseguires soltar e reerguer. Nem o teu "grito de Ipiranga" se mostrará infalível se permitires que te abafem a voz.

Então, que peso deves permitir que os desgostos tenham na tua vida?

Pessoalmente, dei tudo o que podia e o que não podia, para que tudo funcionasse. Durante os últimos anos senti crescer a minha mágoa pelo desprezo e desinteresse apresentados. É estranho assistir de mãos atadas (porque não consegues desatá-las) a uma família a dividir-se em duas... Dois em um, que não se completavam!

É como um luto... As mesmas cinco fases...

Primeira fase: NEGAÇÃO
Nesta fase negamos a existência do problema ou situação. Podemos não acreditar naquilo que nos está a ser dito ou que vemos; podemos querer esquecer que tal nos foi dito; podemos tentar não pensar no problema ou situação; e mais, pode-se chegar ao cúmulo de procurar argumentos que nos permitam fugir à realidade.

No entanto, acaba por chegar o momento em que já não é possível negar. E então? Aceitamos?

Segunda fase: RAIVA
Pois... surge a revolta, a raiva, por teres ficado em silêncio, por teres negado, por teres perdido tempo a tentar esquecer que a situação ou o problema existiam. É comum o aparecimento de emoções como revolta, inveja e ressentimento. E geralmente projecta-se toda essa energia negativa sobre algo ou alguém. A incapacidade de te conformares faz com que vejas toda a situação ou problema como uma completa injustiça.

Há solução?

Terceira fase: NEGOCIAÇÃO
Vamos lá então negociar! É uma espécie de compromisso que se assume cá por dentro... Não dizes a outros, mas fazes promessas, fazes pactos, qualquer coisa serve para poderes ter tudo de volta, como era.

E se estamos a falar das cinco fases do luto... "Há remédio para tudo, menos para a morte!" Certo?!

Acabas por descobrir que vais a meio do caminho. O processo ainda é longo. E se as promessas e os pactos não resolvem tudo, então?

Quarta fase: DEPRESSÃO
Tens que sofrer! Faz parte do processo de recuperação. Acabas por percceber que a cura não virá enquanto não chegar a profunda tristeza, uma profunda desolação, um sentimento de culpa inexplicável, uma falta de esperança, um medo terrífico do futuro incerto... Precisas de tempo, precisas de analisar, precisas de tentar perceber. É uma fase bastante introspectiva, talvez aquela em que "outros" terão dificuldade em te aceitar, e perguntarão: "Mas porque é que se isola?"

Mas tudo depende da tua força...

Quinta fase: ACEITAÇÃO
Vais acabar por entender... Vais acabar por perceber que não há como contornar a situação ou o problema. Tens que olhar de frente e em frente, com consciência da realidade. Nessa altura já conseguirás controlar as emoções, e tu terás uma noção bem mais clara das tuas possibilidades e das tuas limitações.

É claro que nem sempre será assim tão linear. Poderás encontrar-te num momento em que regressas a uma fase anterior, em vez de passares à seguinte. Mas tudo tem uma lógica, por mais distorcida que se apresente.

Fundamentalmente, é uma luta que te leva a expurgar a tua alma, o teu coração, afastando todas as forças negativas que te pressionam contra o chão. 

Lentamente, voltarei a colocar-me de pé!


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