Pela vida fora roçamos muitas almas: umas ressoam na nossa, outras repelimos, outras escapam à nossa atenção.
As que roçam a nossa alma, marcam - independentemente de positiva ou negativamente. E surgem sob as mais variadas identidades: são aquelas de que mais necessitamos, aquelas que mais remexem as nossas existências, aquelas que surgem e ficam durante... o Tempo.
Não interessa se as buscamos por necessidade, ou se elas simplesmente surgem. O que interessa é que ficam, durante um tempo ou muitos tempos, prontas.
Assim descrevo três médicos incríveis que têm marcado presença constante nas nossas vidas (cá de casa). Destaco-os pelo humanismo, pela vigia, pelo coração espaçoso: Dr. Luiz Cortez Pinto (psiquiatria), Dr. Fernando Menezes (pneumologia), Dr. João Calqueiro (cardiologia). São médicos do meu Pai.
Uma relação médico - doente atinge o seu ponto máximo (penso) quando o médico não necessita de documentos para se lembrar... Quando a conversa é fluída e o doente "está em casa" (por assim dizer...). Quando a família do doente sente a atenção, a solidariedade, o interesse genuíno. Quando eu, filha, tenho oportunidade de colocar todas as questões possíveis, sem pressas, sem receios, com imparcial simplicidade...
Estivemos - eu e os meus pais - esta manhã com o Dr. João Calqueiro, numa consulta de 40 minutos, em que só faltaram os cafézinhos e as bolachinhas. E quando o Doutor João percebeu que o meu Pai estava presenta na sala de espera do hospital, atendendo à fragilidade em que o meu Pai já se encontra (e sendo hoje um dia de grande prostração), passou-o à frente de outros doentes menos urgentes.
São coisas que devem ser ditas. São pessoas que nos enchem o coração, que nos fazem Acreditar, que nos fazem querer permanecer neste pedaço de Terra em que o tempo foge.
Agradecer... não chega a palavra para o fazer!
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