terça-feira, 10 de junho de 2014

FIM DE ETAPA

Sexta-feira passada - dia 6 de Junho de 2014 - terminou uma etapa. Fiquei perdida na saudade...

Digo frequentemente que sinto uma certa malquerença pela evaporação da infância dos meus filhos... não propriamente malquerença... não propriamente evaporação... é um não querer que termine! Tenho sempre a sensação de algo incompleto... de algo que podia ou devia ter sido feito de outra forma...

Orgulho-me de ter escolhido ser Mãe! Sinto-me próxima de todas as Mães. Acho que a maternidade força uma visão nova do universo... pelos filhos eu sou capaz de alterar a força da gravidade! Mas hoje sinto o inverso do que - provavelmente - socialmente deveria sentir: quero agarrar nos meus filhos, metê-los dentro de uma arca e fechá-la à chave!

Sexta-feira passada, a minha filha - a Inês - e o meu enteado - o João - encerraram uma etapa: terminaram o ensino secundário! Dia 6 foi o último dia de aulas! Faltam os exames... mas esses já são a ponte entre o secundário e a faculdade, ou seja qual for o caminho...

Estou a dar-me conta do que isso significa... quando deixei os miúdos na escola, na passada sexta-feira, fiquei a recordar os respectivos primeiros dias de aula... Não tiveram medo! Eram afoitos! Umas fotografias em casa, outras à porta da escola, ainda algumas na entrada da sala de aulas, "Mãe, podes ir!"... e para dizer a verdade, estava eu mais ansiosa, do lado de fora, do que eles do lado de dentro.

Já não tenho bebés! Faltam dois anos de secundário ao Miguel... e depois? Repentinamente, só penso em voltar a ser Mãe, em tudo o que significa ser Mãe, em tudo o que se sente quando se é Mãe, no primeiro dia em que se é Mãe... Só penso em viver tudo de novo, em repetir, em reviver... Reviver ou voltar a viver o que foi (e é) maravilhoso! Essa magia única, da inseparabilidade! Mas agora!? Só se for netos!

Sinto orgulho! Em mim... neles... e estende-se este sentir... Estende-se pela recordação das crianças que foram minhas alunas, e que também hoje terminam esta etapa. Estende-se aos Amigos dos filhos e enteados que também terminam e que estimo. Construímos pequenas prateleiras dentro do peito, ao longo da vida, repletas de caixas... e cada caixa, enchemos com uma recordação, com uma pessoa, com um Amor, uma Amizade, um Carinho... Tenho tantas caixas! Tenho tantas histórias! Prevejo tantos verdadeiros heróis!

Mas mesmo sendo heróis, a vontade que tenho é a de segurar o balão, que os eleva do chão em direcção ao infinito... Porque está tudo, cada momento, guardado no peito e na memória, num mar de saudade, num universo que é paralelo, que é a maternidade, que é esta necessidade de proteger e de me sentir protegida de tudo o que lá vem... um novo tipo de receio... diferente!

Tudo o que possa haver de supremo, é o que desejo a todos eles! Aos meus filhos e enteados, desejo mais do que o supremo! Desejo-lhes a todos... a VIDA! Que o mundo os abrace, como uma Mãe abraça os filhos, e que nunca se percam, nem sintam perdidos... até ao dia em que também venham a ser Mães e Pais!


quinta-feira, 22 de maio de 2014

BAILE DE FINALISTAS

Este é um ano de grandes mudanças – em grande parte forçadas… Mas as que verdadeiramente me interessam são aquelas relacionadas com os que amo.

Tenho um pequeno (talvez grande) segredo… tenho um filho e uma filha fantásticos! Tenho enteados fantásticos! Dia 17 de Maio foi um dia de Orgulho…

Baile de Finalistas!

Não tive oportunidade de acompanhar o João (enteado) nos momentos que procederam o evento – esses momentos foram usufruto da Mãe. Mas tive a honra de acompanhar todos os momentos que procederam o evento, com a Inês. A minha Inês!

Não damos conta do tempo passar… é que não damos mesmo! Fiquei presa à ideia de que os filhos são sempre os nossos pequenos príncipes e princesas, que não crescem, que se agarrariam eternamente ao meu pescoço, que se sentariam o resto da minha vida aninhados ao meu colo.

Ser Mãe é uma tremenda dádiva! Paro e penso… ao que é que se compara a maternidade? O que há de mais sublime no nosso imaginário?

Um céu de nuvens baunilha, onde nascem coelhos e monstrengos, países e naus, crocodilos e montanhas? Compara-se?

Um copo de limonada, gelada, com um travo a hortelã, no mais quente dia de Verão? Compara-se?

Um edredão suave e quente, quando, no Inverno, chegas a casa gelado(a) e dorido(a) e te enrolas nele em frente à lareira, sem qualquer outra luz, no silêncio? Compara-se?

A terra solta e húmida debaixo dos pés descalços? Compara-se?

Nada! Nada se compara!

Tinha receio de não ter sabido cumprir a minha missão… o que eu mais queria era mais tempo… mais um pedaço de tempo, para fazer algo mais… não sei o quê… apenas algo… Algo que fosse diferente… diferente como? Não sei… apenas mais de algo



Mas se esse algo mais viesse, se o tempo me desse mais de si, e se eu pudesse fazer mais algo, eu quereria algo mais… Ciclicamente, eternamente... mais e mais ninho...

Quando, no Sábado acompanhei a minha filha nas preparações – quando ela quis que eu a acompanhasse –, quando a vi sair do cabeleireiro, cabelo deslumbrante, quando a ajudei a vestir o vestido… quando a ajudei a colocar os acessórios… Olhei para ela e senti-me acordar. “Ah! Como eu sou perfeita! Porquê? Porque eu fiz esta Mulher, linda, aqui, hoje, à minha frente! Ah! Que maravilhosa é a criação!" Percebi que não precisava de mais tempo...


Deixei-a no baile, com uma sensação de “fecho”. Senti a minha alma, o meu espírito, o meu corpo, apaziguados. Abracei o João – o meu enteado – e fiquei durante mais alguns minutos, perdida no tempo e no espaço, com uma nostalgia manifesta em felicidade a tombar sobre mim… Orgulhosa dos dois! Tão feliz!


quinta-feira, 6 de março de 2014

CRIANÇAS SOLDADO - NÃO!!!

Sentir raiva nas devidas circunstâncias é essencial para que não percamos a noção das realidades. 

Este é um tema a que, tendencialmente, fechamos os olhos. Mas é para lembrar diariamente! Todo o pequeno evento é um evento a relembrar, para que esta atrocidade possa chegar ao fim.

Salta-me à "memória" o Joseph Kony... Uganda! Um país de fraco interesse económico, onde prevalece a agricultura, de onde não vem petróleo, nem ouro, nem diamantes... Onde as crianças soldado foram um massacre de anos sem fim. E ninguém encontra o Kony, mesmo após o prémio oferecido por Obama, a quem tivesse informações a dar sobre o "ser"...

A verdade!? Não sei qual é! Sei apenas que pouco interesse económico trás a qualquer país "salvar" milhões de crianças da hedionda prática guerreira.

A criança foi feita para sorrir! A criança não existe para defender as batalhas do homem. E o homem é o mais hediondo ser, em quem as escamas agrestes tomam o lugar dos sentimentos; em que as ideologias são uma regurgitar de sem sentidos... O homem é egocêntrico! É cruel! O homem abusa das fragilidades... e nenhum tipo de abuso pode ser permitido!

Da minha humilde parte, não posso permitir que os meus filhos ignorem a verdade! E não ignorar é um grande, grande passo para as grandes soluções!








http://www.unric.org/pt/actualidade/27400-unicef-recrutamento-forcado-de-criancas-soldado-deve-cessar

domingo, 2 de março de 2014

O FOSSO ENTRE SER E EXISTIR

Esta sociedade em que estamos a educar os nossos filhos, será ou não nociva?

Há algumas décadas havia um gosto pela rua, pela experiência táctil, pelo contacto imediato... um gosto que trazia consigo uma aprendizagem com base na experiênci
a, na vivência... que melhor maneira de aprender?!

Embora o acesso a diferentes temáticas fosse limitado por um fosso entre o status e a vontade, a criança não estagnava... desenvolvia, harmoniosamente as suas capacidades, mediante a estimulação e crença geral (não falo de religião) dos seus pais, irmãos mais velhos, avós, tios...

Demos um tremendo salto no conhecimento de tudo! Hoje parece não haver nada por descobrir... apenas por desenvolver, aperfeiçoar... Hoje o conhecimento está à distância de um simples botão. Mas falhamos no essencial: os sentidos - a percepção experimental do mundo - visão, olfacto, audição, paladar e tacto. Os cinco sentidos!

Fundamental! A necessidade de conciliar: ontem e hoje, num plano infinito de sabedoria, pois é na estimulação da curiosidade, da vontade, da percepção real, da imaginação que reside a evolução e o desenvolvimento... na possibilidade de perceber o mundo de acordo com o estágio de desenvolvimento em que a criança se encontra, deixando que atinja o patamar seguinte.

Aí está o papel do Pai, da Mãe, do Educador: um guia, adequadamente parcial e imparcial.




http://www.michaelolaf.net/MONTESSORI%20and%20WALDORF.html

http://privateschool.about.com/od/privateschoolfaqs/f/montwaldorfdiff.htm

http://www.montessorianswers.com/my-experiences-with-waldorf.html